30 janeiro 2008

Choveu, f...

É impressionante como uma chuva forte pode paralisar quase que totalmente a maior metrópole da América Latina.

Ontem, segundo o noticiário, choveu 70 mm. Ou seja, em um dia, quase 1/3 do previsto para todo o mês de janeiro. Foi água pra dedéu, minha gente.

Quem é de fora de SP talvez não faça idéia do que isso representa, mas uma palavra define bem a situação: caos.

Enchentes que causam dor e prejuízo a milhares de pessoas e um trânsito - normalmente monstruoso - elevado à enésima potência: semáforos sem funcionar, pontos de alagamento retendo o tráfego, pequenos e grandes acidentes que páram tudo...

Em resumo: um verdadeiro inferno.

Felizmente não precisei sair de casa ontem de dia, mas não fiquei sem tomar meu prejuízo: o show do Villaggio à noite foi cancelado, porque a artista, que mora no ABC, simplesmente não conseguiu sair de casa por causa da chuva e seus reflexos.

Claro, não fui só eu: praticamente todos os bares no meio do caminho, que pude notar, estavam vazios. Um dano econômico imenso, que chega a vários setores.

E não adianta reclamar. Com 800 novos veículos e motos novos nas ruas a cada mês, e a já clássica falta de educação da população - que vive jogando lixo nas ruas e entupindo bueiros e bocas-de-lobo -, aliados à secular paralisia e desinteresse dos órgãos públicos, entra ano, sai ano, e os problemas só pioram.

Em São Paulo, escureceu o céu (e não está anoitecendo...), é a "hora do pânico".

Daqui a pouco preciso sair pra fazer compras na Zona Leste. Basicamente, Marginal Tiêtê em horário de pico, com previsão de novas chuvas.

Já estou rezando.

25 janeiro 2008

São Paulo, São Paulo

Folha de ontem:

SÃO PAULO, 454 ANOS
Região de Pinheiros é a melhor de São Paulo
Área da subprefeitura aparece em levantamento inédito nas 3 primeiras posições em 29 de 63 indicadores de qualidade de vida na cidade
Muitos espaços de cultura e lazer, menor mortalidade infantil, menos adolescentes envolvidos em atos infracionais, menor índice de abandono do ensino fundamental na rede pública e menor número de agressão a crianças. A região da Subprefeitura de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, é a melhor da cidade, de acordo com dados do Observatório Cidadão Nossa São Paulo, levantamento realizado pelo Movimento Nossa São Paulo (...).


Sendo morador do bairro há pouco mais de dois anos, é gostoso ler isso. Realmente é muito bom morar por aqui, apesar de ser um pouco caro em relação a bairros menos "nobres". Tem de tudo em Pinheiros, até andando a pé se resolve grande parte da rotina do dia-a-dia.

Antes de morar em Pinheiros, estive por dois anos e meio no Centrão, edifício Copan, logo que cheguei em SP no longínquo ano de 1985. Depois, pouco mais de 18 anos firme e forte no amado e eterno Bixiga, onde tenho o Villaggio até hoje e de onde guardo as melhores recordações da juventude.

Centro, Bixiga e Pinheiros. Esta é a São Paulo do meu coração, artérias que se cruzam, trespassam a Avenida Paulista, Consolação, Rebouças, Cardeal - e que têm identidades boêmias e musicais. Sempre vivi de um lado para o outro, percorrendo seus bares e restaurantes, respirando a atmosfera única desses bairros, que têm a cara da Paulicéia.

Parabéns, minha segunda cidade, pelos seus 454 anos, dos quais 23 eu fui e sou testemunha ocular e me considero também paulistano. Meu filho nasceu num hospital na Paulista, meus outros filhos-bares deixaram sua marca na Bela Vista, e hoje percorro sossegado as ruas de Pinheiros.

Já pensei em sair daqui em vários momentos de crise, de cansaço com a violência e o trânsito, mas a cada ano fica mais difícil se livrar destes tentáculos, dessa movimentação intensa e das possibilidades que nunca deixam de se apresentar.

Uma história longa e bonita, que tem alguns capítulos registrados neste blog nos últimos dois anos, e que ainda deve continuar por algum tempo.

Vamos em frente, até onde der.

23 janeiro 2008

Moto-problemas

E essa questão dos motoboys, hein?

Proíbe garupa, cria faixa exclusiva, proíbe trânsito nas marginais, os caras páram o trânsito...

Confusão total, e isso é só o começo, pelo que parece. A questão é muito complexa e de difícil solução.

Eu já tive dois espelhos arrancados por eles. Também me assusto constantemente com suas buzinadas e passagens - a milhão - tirando fina do meu carro.

Por outro lado, por dezenas de vezes já me vali dos seus serviços, hoje indispensáveis em qualquer setor da economia paulistana, ou mesmo pelo lado pessoal. Não se pode esquecer também que são 140 mil empregos em questão, preenchidos em quase sua totalidade por pessoas que necessitam muito deles para sustentar suas famílias.

Morre, se não me engano, um por dia aqui na Capital. Isso não pode continuar. Da mesma forma, muitos acidentes são causados por sua imprudência e agressividade, envolvendo motoristas em sua maioria inocentes.

O certo é que o confronto que se anuncia não é o melhor caminho a ser seguido. A receita é a de sempre: diálogo, debates civilizados e busca conjunta de soluções, ficando claro que se as duas partes não abrirem mão de algo, nada mudará. Campanhas educativas não fariam mal, bem como uma maior conscientização dos motoristas de automóveis e, é claro, dos motoqueiros em geral. Eu, por exemplo, procuro ter muito cuidado ao mudar de faixa, sempre olhando no retrovisor se não vem nenhuma moto. Mas vejo gente o tempo todo que não tá nem aí pra isso.

Taí um pepino de verdade pras autoridades resolverem, bem mais sério do que retirar placas e lacrar estabelecimentos comerciais.

17 janeiro 2008

Formaturas e aniversários

E lá vamo nóis, pegá istrada di novo!!

Amanhã cedo, formatura do mano velho, em São José dos Campos - pra quem deixo aqui meus parabéns. Afinal, alguém tinha que estudar nesta família! E ainda teremos advogado - de graça - daqui em diante...

E, no sábado, niver de 08 anos do meu pequeno. Que, na verdade, faz anos HOJE, dia 17 de janeiro. Êta, coisa boa.

A festinha será em São Sebastião, com a parentada. E o tema, como bem mostra a ilustração que fiz - abaixo - serão os Fab Four, ídolos do garoto:

Pra completar, um pouco de sol não seria nada mal no domingão de praia...

De fato, estamos todos de parabéns por poder desfrutar desses pequenos-grandes momentos que formam essa coisa complexa chamada VIDA.

Até segunda!

14 janeiro 2008

BBB e TV aberta

É incrível com o tal Big Brother Brasil resiste. Já vai pra sua oitava edição!

Oito anos no ar, como pode? Começa, dizem, com baixa audiência, dá a impressão de que desta vez o país evoluiu e vai rejeitá-lo - e daqui a pouco está estourando no Ibope.

Gente, o que se aproveita daquilo? Fala sério. Não é má-vontade minha não; juro que, em anos anteriores, tentei assistir a um dos capítulos. Mas não deu nem pra ir até o fim, é ruim demais.

Pessoas imbecis, numa casa imbecil, com atitudes imbecis e conversas mais imbecis ainda. Ou seja, uma completa e total imbecilidade no horário nobre da TV. E milhões assistem.

Claro que o massacre da mídia ajuda. Eu mesmo tento esquecer do assunto, mas basta ver as capas dos jornais diários e dos grandes portais da Internet: todo dia tem uma notinha a respeito, que não diz absolutamente nada, mas que amarra, de certa forma, o espectador incauto.

Será falta de opção? Provavelmente, sim. A TV aberta é uma porcaria só, há tempos. Faustão, Gugu, Xuxa, Gilberto Barros, Tom Cavalcanti, Raul Gil, Pânico, Ratinho, Huck, Ana Maria Braga, pastores eletrônicos, filmes de ação, péssimas novelas. Nesse universo, não é de se surpreender que o BBB se destaque.

Porque diabos TV aberta tem que ser obrigatoriamente ruim? Não seria o caso de se tentar quebrar esse paradigma e ver se o povão não tem vontade de assistir coisa melhor?

Uma experiência interessante seria abrir alguns canais pagos por um tempo, deixar por um mês com sinal aberto o Discovery, o National Geographic, o GNT, a GloboNews e o Telecine Premium, e ver no que dá.

Se o povão rejeitar, eu dou o braço a torcer. Mas algo me diz que seria uma grande surpresa de audiência.

Taí a sugestão.

11 janeiro 2008

MASP Tabajara

E essa do Zé Simão hoje na Folha define perfeitamente a mal-contada história do roubo e recuperação dos quadros do MASP:

E o Masp tá sendo chamado de Museu Tabajara! Forte esquema de segurança pra DEVOLUÇÃO dos quadros! Pra roubar foi moleza, mas pra devolver, foram seis viaturas, cem policiais, helicóptero e rede de TV ao vivo! ´

Obras de valor inestimável roubadas em minutos e localizadas na periferia de SP, num barraco. É tudo tão ridículo, que nem roteiro de filme dá pra escrever em cima do tema.

Tentação

São Paulo fica uma beleza nesta época do ano.

Cidade relativamente vazia, trânsito bom - fluindo bem até na Marginal Tietê. Não tem fila em lugar nenhum. Bons programas culturais estão em cartaz, esperando o público.

O trabalho está rolando satisfatoriamente, melhor que no início do ano passado. Perspectivas estão se abrindo, novidades em andamento.

Tudo muito bem, tudo muito bom.

Mas, acordar numa sexta com um céu azul destes, sol de rachar, em pleno verão, é de lascar...

A gente reclama do tumulto, mas que dá uma vontade de estar lá embaixo tomando um banho de mar... ah, isso dá! Também, olha só o visual de Toque-Toque Grande, onde eu estava na semana passada:
Senso de responsabilidade é bom, mas um pouco de loucura às vezes não faz tanto mal.

Amanhã de manhã decido.

07 janeiro 2008

Siri recheado e o cacete

É o seguinte: parece bobagem, mas pra mim é um dos maiores prazeres do mundo. Catar siris.

Não sei explicar porque, mas desde criança, quando pescava com meus tios, sou fascinado por esses bichos. Ariscos, rápidos, agressivos, belos - e saborosos.
Ao contrário do que possa parecer, exigem uma boa prática para serem capturados, pois, ao menor sinal de aproximação humana, disparam em velocidade.
O segredo é espalhar meia dúzia de iscas, amarradas em bóias e com um peso - uma pedra - para levar a carne (ou peixe, ou frango) ao fundo, próximo da areia onde se escondem.
Depois de alguns minutos, deve-se "visitar" cada isca, pé-ante-pé, levantá-las com o maior cuidado e, visualizando o siri pendurado, comendo, num piscar de olhos passar o puçá (alguns chamam de jereré) por debaixo. Pronto, tá pêgo.
Aos poucos, um-a-um, vão se acumulando na rede e depois pro balde.
Lorenzo confirmou o DNA caiçara, e mesmo sendo medroso prum monte de coisas bestas, neste caso não amarelou, não. Ali, ao meu lado, pertinho dos bichos, acompanhou atento a caçada e até arriscou passar o puçá (sem sucesso).
Adorou, nem preciso falar. Aliás, essa é uma daquelas lembranças que um filho jamais esquece...
À noite, tudo pra panela e pra barriga.
Inesquecível.

05 janeiro 2008

Verão 2008

Amigos, tô de volta.

Sete dias que valeram por 30. Muito sol, muuuuiiito calor, muuuuuuiiiiita gente! Vou repetir e confirmar o que a imprensa já vem dizendo: este ano a temporada no litoral está batendo todos os recordes de público.

Cidade completamente entupida, turistas de vários lugares se acotovelando nas praias, ruas e mercados. Trânsito parado, em alguns locais faltou água, uma verdadeira zona. Reflexo do boom da economia, que provocou uma verdadeira corrida ao mar e suas delícias, mas que praticamente detonou a modesta infra-estrutura da região.

As pessoas pareciam enlouquecidas, querendo viver em alguns dias a euforia e felicidade de uma vida: torrar ao sol, beber todas, comer de tudo, enrugar na água do mar. Doideira, sô.

A sorte é que, por ser da terrinha, acabo conhecendo algumas mumunhas e atalhos: qual a melhor hora pra sair pra praia sem rush, o mercado mais escondido da horda de bárbaros, aquela padariazinha da esquina sem fila, etc.

No final, deu tudo certo. Fui pra Barequeçaba, Toque-Toque Grande - visitar meu amigo Adinho, casa do Julião em Ilhabela, sem maiores sofrimentos.

Rolou peixe do bom: enchova na brasa, porquinho na frigideira, bacalhau no forno e sargo no pirão; churrasco, caipirinhas mil, litros de água de côco, duchas geladas. E sono, muito sono na rede.

Reli Rubem Fonseca, um craque - sempre.

Tudo perfeito, até as caminhadas reflexivas de fim-de-tarde na orla marítima.

Ah, sim, o tempo ajudou bastante: sol direto, céu azul e mar aceitavelmente limpo.

Um programa que planejava fazer com meu filho desde que ele foi concebido, finalmente pôde ser concretizado: esperei o menino chegar na porta dos seus oito anos pra levá-lo a uma "emocionante" pesca de siris, tradição caiçara que, pra mim, é uma verdadeira sessão de terapia. No próximo post descreverei os detalhes, com as devidas fotos, claro. Foi maravilhoso, catamos cerca de 80 crustáceos, devidamente cozidos na cerveja e no fogão a lenha. Muito bom!

Voltei ontem, na boa, fugindo do trânsito, e já estamos na metrópole cinzenta a todo vapor.

Ontem o Filó inagurou sua temporada no Villaggio, com aquele suingue habitual, casa cheia, e eu tava lá pra apresentar meu amigo. Hoje tem mais, e em todas as sextas e sábados de janeiro.

Dia 19 tô lá novamente, niver do Lorenzo. Por enquanto, vamos correndo atrás das coisas por aqui.